Empresas correm para enviar produtos aos EUA antes de nova tarifa e frete dispara
29/07/2025
(Foto: Reprodução) Exportadores brasileiros correram pra enviar produtos aos EUA antes do aumento da tarifa
O relógio não para. O tempo foi passando e as empresas exportadoras brasileiras correram para enviar os produtos delas para os Estados Unidos antes do aumento da tarifa — e o frete ficou mais caro.
O trabalho nos terminais de cargas de aeroportos brasileiros aumentou. Em Porto Alegre, os espaços nos cargueiros e nos bagageiros de voos comerciais que chegam aos Estados Unidos antes do dia 1º já estão lotados.
Por isso, a Fabiane — que administra uma empresa de logística — decidiu contratar um voo fretado. Ela vai enviar, nesta quarta-feira (30), 60 toneladas de produtos de exportadores brasileiros. O valor do frete subiu, em média, de US$0,95 centavos de dólar por quilo para US$4 dólares.
"O frete de um avião cargueiro, ele é mais alto que os outros voos, né? Isso é fato, mas essa diferença no valor do frete, os clientes vão ganhar na diferença de imposto, né? Quer dizer, agora chegando até o dia 31, eles vão pagar os impostos antigos", afirma Fabiane Dietrich, administradora da Premium International Freight Agency.
Em São Paulo, a concessionária que administra o Aeroporto Internacional, em Guarulhos, reforçou uma regra para evitar a lotação dos galpões. Caminhão com carga só pode entrar 48 horas antes do embarque. É que o movimento aumentou 10% em menos de uma semana.
De quarta-feira da semana passada até hoje, só a empresa do Sandro enviou vinte caminhões a mais para o terminal de cargas do aeroporto — com 100 toneladas extras de produtos.
"Nós tivemos um trabalho redobrado, né? Não só aqui no aeroporto de Guarulhos, como nas origens, né, Porto Alegre, em Curitiba, Confins, Rio de Janeiro", afirma Sandro Parejas, gerente de filial.
No aeroporto, estão caixas e mais caixas de pescados. Hoje, segundo os funcionários, chegaram 60 toneladas de tilápia, que vão ser enviadas para Miami e Los Angeles. Normalmente esse tipo de produto seria transportado de navio. Mas, chegaria depois da aplicação do tarifaço.
A carne enlatada também está indo de avião. Desde o fim de semana, foram 50 toneladas. Estão nos galpões, à espera do embarque, outros produtos que não costumam ser exportados por via aérea, como materiais de construção e peças automotivas.
"Se nada mudar até o dia primeiro, vai ser um desafio muito grande pros importadores aqui do Brasil continuar mantendo as relações comerciais com os Estados Unidos", afirma Fabiane Dietrich, administradora da Premium International Freight Agency.
Corrida para exportar produtos antes do tarifaço muda rotina de aeroportos brasileiros
Reprodução/TV Globo