Autodeclarado 'maior anão do mundo', comediante conquista a internet e batalha pelo tratamento do filho que também tem nanismo
09/02/2025
(Foto: Reprodução) Valdeci Gomes de Proença, de 35 anos, nasceu em Itapetininga (SP) e trabalhava como bancário, mas descobriu o talento para comédia e, hoje, quer usá-lo para custear o tratamento do filho. Valdeci Gomes de Proença, de 35 anos, nasceu em Itapetininga (SP) e transformou a condição genética em profissão na área de humor
Arquivo pessoal
Acumulando mais de 1,6 milhão de seguidores nas redes sociais, Valdeci Gomes de Proença, de 35 anos, nasceu em Itapetininga (SP) e se tornou sucesso na internet ao compartilhar trechos das apresentações de comédia que faz.
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Autodeclarado o "maior anão do mundo", o comediante de 1,40 metros de altura e contou ao g1 como surgiu esse trocadilho: "Se o nanismo é considerado quem tem abaixo de 1,40 e eu tenho 1,40, eu sou o maior anão do mundo. Eu brinco com isso".
Segundo o Ministério da Saúde, o nanismo é um transtorno que se caracteriza pela deficiência no crescimento, resultando em uma pessoa com baixa estatura. Os homens adultos chegam a uma altura máxima de 1,45 metro e as mulheres não alcançam 1,40 metro, em média.
Início da carreira
Depois de sete anos de carreira na comédia, Valdeci decidiu largar o emprego fixo: "Na época, eu trabalhava como gerente do banco e eu pedi para ser mandado embora. O primeiro show eu ganhei R$ 600, não fazia nem cócegas do que ganhava no banco", relembra.
O início foi difícil e o humorista até repensou os planos: "O segundo show eu perdi dinheiro e daí eu fiquei assim: 'caramba, será que era isso mesmo?'. Mas, depois que eu comecei a me dedicar realmente, como se fosse um trabalho, as coisas começaram a fluir".
"Em 2017, um amigo meu começou a fazer um curso de stand-up e, daí, ele me incentivou a começar também e, em janeiro de 2018, eu comecei a produzir shows de outros comediantes para me incluir no meio também e me promover com isso."
Autodeclarado o 'maior anão do mundo', o comediante tem 1,40 metros de altura
Arquivo pessoal
Já em 2020, ele percebeu que tinha feito a escolha certa: "Foi a primeira vez que ganhei mais dinheiro do que eu ganhava no banco. A virada de 'chavinha' foi lá pelo terceiro ou quarto mês depois que saí do outro emprego, mas o salário superior ao banco demorou dois anos. Depois disso, graças ao bom Deus, deu tudo certo", relata.
Em um dos seus vídeos virais, com mais de 200 mil curtidas e centenas de comentários, Valdeci narra o dia em que foi comprar tênis e acabou escolhendo um com luzes, sem perceber. No post, uma seguidora comentou que assistir àquele conteúdo mudou o dia dela.
"É muito gostoso você criar algo que a pessoa dá risada. Esses dias mesmo, teve uma moça que comentou em um vídeo meu que estava chorando, em um dia triste, e, depois do meu vídeo, ela ficou bem e foi a primeira risada do dia dela. É muito gratificante saber que aquilo está transformando o dia um pouquinho melhor, é impagável."
No post, uma seguidora comentou que assistir àquele conteúdo mudou o dia dela
Reprodução/Redes sociais
Tratamento do filho
Agora, o principal objetivo de Valdeci, a partir da carreira, é conseguir pagar o tratamento do filho Iago Augusto, de nove anos, que também tem nanismo.
"Ele está passando por algumas cirurgias na perna. Em 2023, ficou um ano inteiro praticamente com uma gaiola na perna e agora, em março de 2025, ele vai fazer cirurgia na outra perna", conta.
A família calcula que o tratamento custará R$ 15 mil. "Tenho essa grana? Infelizmente não, mas estou correndo atrás. Eu nasci em 1989, não tinha tantos recursos e agora, como tem recurso para ele, a gente está correndo atrás das cirurgias. Um dos maiores sonhos mesmo é que ele não passe nada, nem 5% das dores que eu tenho."
Valdeci relembra que as dores musculares que o filho sente devido à condição genética também são algo que ele enfrenta. "Eu já tive que cancelar ou adiar show por dor na coluna e na perna, já tive que fazer um show acelerado para eu sair logo. É lutar comigo mesmo."
Valdeci e o filho Iago nasceram com a mesma condição genética de nanismo
Arquivo pessoal
Entre a comédia e o pôquer
Além de comediante, Valdeci é jogador de pôquer há oito anos. "Em 2023, fiquei em segundo lugar em um dos maiores torneios do Brasil, o Brasil Series of Poker (BSOP). Ganhei o prêmio no valor de R$ 129 mil. Foi o maior prêmio da minha carreira", conta.
Há pouco mais de dois anos, ele se profissionalizou no pôquer: "Eu comecei a jogar de brincadeira, um pouco antes da comédia, e, agora, pretendo seguir carreira no pôquer também", explica.
Comediante anão ficou em segundo lugar em um dos maiores torneios de pôquer do Brasil, em 2023
Arquivo pessoal
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